De novia abandonada a amante de um magnata - Curiosidades De Finanças
Carregando...
0%

De novia abandonada a amante de um magnata

🔥nuevo libro caliente🔥

🥀 Capítulo 8 — Um Cavalheiro Entre Víboras

Saí do palco sem olhar para trás.

Ainda sentia todos os olhares sobre mim — alguns cheios de admiração, outros de pena e muitos… simplesmente sedentos por mais drama.

Retornei ao meu assento como uma rainha voltando da batalha, minha bochecha ainda ardendo do tapa do meu pai, mas minha postura reta como sempre.

O homem ao meu lado — aquele com a voz calma e profunda — inclinou-se levemente e sussurrou:

— Lembre-me de nunca ficar do seu lado ruim.

Deixei escapar um pequeno sorriso. O primeiro do dia.

— E você é…?

Ele estendeu uma mão perfeitamente cuidada.

— Leonardo Montero. Investidor. Sócio da família Martínez. Supostamente.

Esse nome me soava familiar.

Leonardo Montero. O bilionário elusivo. Perfil discreto. Implacável nas salas de reunião. Intocável fora delas.

Apertei sua mão. Firme. Dedos frios.

— Você não parece alguém que gosta de casamentos — murmurei.

— Não gosto — respondeu simplesmente. — Mas esse? Eu não perderia por nada no mundo.

Ergui uma sobrancelha.

— Está se divertindo com o drama?

— Imensamente.

Um leve sorriso tocou seus lábios.

Antes que eu pudesse responder, meu pai reapareceu no palco, forçando um sorriso falso enquanto tentava salvar o que restava da cerimônia.

Carmen segurava a mão de Isabel agora, parecendo a própria Santa Maria, chorando ao lado de sua filha meio morta e radiante.

E Antonio… pobre Antonio.

Ele se esforçava para manter tudo sob controle, mas seu terno estava levemente amassado, seu rosto ainda corado, e seu sorriso — aquele que já foi encantador — parecia forçado e nervoso sob os holofotes.

Eles seguiram o protocolo. Votos. Alianças. Um beijo.

A plateia aplaudiu fracamente.

Acabou.

Exceto… não acabou.

Enquanto os convidados começavam a se mover, senti Leonardo se levantar ao meu lado.

— Já está indo embora? — perguntei.

— Não — respondeu suavemente. — Estou indo com você.

Pisquei.

— Como é?

Ele ajeitou as mangas do paletó.

— Você é a única parte interessante desse evento. E, por acaso, acho você fascinante.

Encarei-o.

— Você está falando sério.

Ele sorriu de lado.

— Mortalmente.

Eu já não tinha mais energia para discutir. Caminhei para fora, e ele me seguiu.

Lá fora, respirei fundo o ar fresco. O céu estava azul-claro, os pássaros cantavam. Um contraste perfeito para o veneno do qual eu acabara de escapar.

Leonardo parou ao meu lado, mãos nos bolsos, também olhando para o céu.

— Eles vão tentar fazer de você a vilã — disse ele, como quem afirma algo óbvio.

— Já tentaram.

— E você lidou com isso… magistralmente.

Silêncio.

Então ele acrescentou:

— Eu vi você abrir mão de um homem, de seu vestido, do seu casamento, da sua dignidade — tudo com postura e um senso de humor afiado.

— Você esqueceu das joias — falei.

Ele riu baixinho.

— Que descuido o meu.

Uma pausa. Então perguntei:

— Por que você realmente está aqui?

Leonardo me olhou, finalmente. Seus olhos eram escuros, mas não cruéis — focados, calculistas.

— Gosto de investir em ativos raros.

— Eu não estou à venda.

— Eu nunca disse que estava.

Outro silêncio. A tensão entre nós não era romântica — ainda não. Era afiada. Elétrica. Como duas forças poderosas se reconhecendo.

Então Rosa, minha assistente, ligou.

— María, a imprensa quer uma declaração. E… a reunião do conselho é daqui a uma hora. Você me pediu para lembrar.

Ah, sim. A empresa. Agora minha empresa.

— Preciso ir — disse a Leonardo.

Ele assentiu.

— Então eu vou com você.

— O que te faz pensar que está convidado?

— Eu não fui. E é isso que torna tudo mais interessante.

Por algum motivo, deixei que ele me acompanhasse.

Dentro do carro, enviei uma mensagem para Sofía: “O casamento acabou. Todo mundo está comentando. Vou estar nos trending topics até o fim do dia.”

Ela respondeu na mesma hora: “Estou assistindo a live. Você é uma lenda.”

Suspirei e recostei no banco.

Leonardo me observava, em silêncio.

Depois de um momento, ele falou de novo:

— Você não está com raiva.

Olhei para ele.

— Quero dizer, realmente com raiva. Você está ferida, humilhada, furiosa — sim. Mas, no fundo? Você está calma.

— Isso é o que a sobrevivência parece — respondi suavemente.

Ele assentiu, como se eu tivesse confirmado uma teoria.

Então disse algo que fez meu coração saltar uma batida:

— Tenho a sensação de que vamos trabalhar muito bem juntos.

.